O ano é de grande expectativa para o setor cafeeiro. Com novos investimentos anunciados pelo governo e números recordes da safra do café, a Tracan vem participando de eventos e ações importantes para o desenvolvimento do setor, que espera a retomada dos preços.
Um desses encontros ocorreu no fim de maio, às vésperas do início da safra e do anúncio dos investimentos federais. A Tracan participou de uma demonstração feita em parceria com a Federação do Cerrado Mineiro, com a colheita de novas variedades de café desenvolvidas pela Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). Ao todo, foram realizadas seis demonstrações no Cerrado Mineiro, três na região atendida pela Tracan: Patrocínio, Monte Carmelo e Araguari.
O envolvimento da Tracan no desenvolvimento do setor cafeeiro ocorre para ajudar a garantir o desenho de um cenário positivo do País. E isso está ocorrendo. De acordo com relatório divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) no último dia 8 de junho, as exportações de café verde em junho totalizaram 2,58 milhões de sacas, ou 13,6% a mais que em igual período do ano passado.
Os embarques de café arábica representaram a maior parte das exportações em junho, com 2,19 milhões de sacas, 10% a mais que em junho de 2018, mas as exportações do robusta, de 385 mil sacas, registraram a maior taxa de crescimento, figurando 35% acima do mesmo mês de 2018, disse o órgão industrial.
MAIS CRÉDITO
E as boas notícias não param por aí. O Plano Safra 2019/2020, que entrou em vigor no último dia 1º de julho, teve uma importante alteração para o setor cafeeiro frente ao que havia sido anunciado no lançamento do Plano.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento propôs, e o Conselho Monetário Nacional (CMN) acatou, um significativo aumento no limite de crédito de custeio para as cooperativas, com recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), passando de R$ 3 milhões para R$ 30 milhões. Mesmo com o aumento fica mantido o limite por cooperado em R$ 500 mil.
Segundo o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento, da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Silvio Farnese, a ampliação atende melhor aos cooperados, pois, até então, ao tomar crédito de custeio, as cooperativas tinham o mesmo limite do produtor individual.
Além disso, o Conselho Monetário Nacional manteve a taxa de juros em 7% para o custeio e estocagem e em 9,5% para FAC (Financiamento para Aquisição de Café) e Capital de giro, apesar da elevação ocorrida nas demais linhas de crédito com outras fontes.
NOTÍCIA BEM RECEBIDA
A decisão de ampliar o apoio ao setor cafeeiro foi muito bem recebida pelas cooperativas, seus cooperados, e por todo setor. Os cafeicultores têm enfrentado altos custos de produção, com preços acima dos de venda, na maioria das regiões produtoras. O cafeicultor brasileiro está diante de uma das piores quedas de preço do café nas últimas décadas.
Os contratos com os 35 agentes financeiros que vão operar com o Funcafé estão em processamento para garantir o início das operações.
O PLANO SAFRA
O plano de R$ 225,59 bilhões contempla o crédito rural com R$ 169,33 bilhões (custeio, comercialização e industrialização) e os investimentos com R$ 53,41 bilhões. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural terá R$ 1 bilhão, e R$ 1,85 bilhão serão destinados ao apoio à comercialização nas modalidades de aquisição direta do produtor, contratos de opção de venda e subvenção de preços.
As taxas de juros foram mantidas em níveis que permitem apoio ao produtor rural. No caso de custeio, comercialização e industrialização, será de 3% ao ano e 4,6% ao ano para os pequenos produtores (Pronaf). Para os médios produtores (Pronamp) os juros aprovados pelo CMN ficaram em 6% a.a. para custeio, e 7% ao ano para investimento. Para os demais produtores 8% ao ano.
Nos programas de investimentos, as taxas vão variar de 3% a 10,5% ao ano.
CAFÉ BRASILEIRO EM NÚMEROS
Os números do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mostram que o parque cafeeiro no Brasil está espalhado em 2,25 milhões de hectares, produzido por de cerca de 290 mil produtores, a maioria pequenos, em aproximadamente 1.900 municípios.
Em 2018, o país colheu 42,3 milhões de sacas de 60 quilos e registrou exportações recorde de 36,80 milhões de sacas. A produção cresceu de 1,3% em comparação ao ano anterior. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média por hectare é de 22,49 sacas. A produção de café arábica, em 2018, foi de 32,05 milhões de sacas e a de café conilon, de 11,19 milhões de sacas.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Aqui se cultivam duas espécies de café: Coffea Arabica, café arábica, usado em blends de alta qualidade, e Coffea Canephora, o café robusta, também conhecido como conilon, que é utilizado na indústria de café solúvel.
CAFÉ EM MINAS GERAIS
Minas Gerais é responsável por 50% da produção nacional do café. As principais regiões produtoras no estado são: Cerrado Mineiro, Mantiqueira de Minas, Sul de Minas, Chapada de Minas, Matas das Minas, Cerrados de Minas.
Em Minas, se concentra a produção do café arábica do Brasil. Dos 1,7 milhões de hectares plantados com a espécie, 1,22 milhões estão em Minas Gerais, ou seja, 69,6% da área ocupada com o arábica. Minas tem muito das características que marcam a qualidade do café na xícara: solo, altitude, amplitude térmica e clima. Em Minas Gerais as diferentes regiões ofertam cafés para todos os gostos, dependendo do local onde é produzido o café se diferencia pelo aroma, corpo, acidez e doçura.
COLHEITA MECANIZADA
A colheita de café nas regiões planas de Minas Gerias atualmente é feita quase totalmente por máquinas. O produtor, por escassez de mão de obra e devido ao aprimoramento das colhedoras, já não teme mais a colheita mecanizada, ao contrário, muitas vezes confia mais na colheita mecanizada do que na manual.
As colhedoras de café da Case IH, a Coffee Express 100 e 200 Multi, dão ao produtor a segurança de poder fazer uma colheita com muita assertividade. O sistema de derriça totalmente hidráulico de última geração e de simples ajuste permite que o produtor opte por uma colheita plena ou seletiva dos frutos, com baixos danos às plantas e alta eficiência de derriça, contribuindo para maior produtividade do cafeeiro ano a ano. As máquinas da Case IH têm aproximadamente 21% mais varetas que a principal concorrente, o que gera mais interação máquina planta com maior eficiência de derriça e sempre com menores danos à planta, podendo ser usada, inclusive, em cafezais de primeira safra.