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Rotação de culturas e seus benefícios para a cana-de-açúcar

Rotação de culturas

A cana-de-açúcar é uma das principais atividades do agronegócio brasileiro. O maior produtor é o Estado de São Paulo, que possui 4,82 milhões de hectares plantados, segundo o Censo Agropecuário de 2017, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso representa quase 72% de toda área plantada no Estado. O segundo lugar nesse ranking é da soja, que está bem distante, com apenas 788 mil hectares, quase 7x menos que a área da cana-de-açúcar.

A cana é uma cultura de ciclo longo e pode ter de três a seis colheitas em um período máximo de seis anos. No primeiro corte ela recebe o nome de cana-planta; no segundo, é chamada de soca ou segunda folha; do terceiro em diante, os nomes mais comuns são ressoca ou folha de enésima ordem. Após esses cortes é feita a renovação do canavial.

Vantagens e desvantagens da rotação de culturas

Uma medida adotada por muitas usinas e produtores de cana ao término do ciclo é a rotação de culturas com uma leguminosa. As espécies escolhidas geralmente são amendoim, soja e milho. Os principais benefícios são:

  • Melhora das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo
  • Economia na reforma do canavial
  • Alta absorção de água no período de fortes chuvas, evitando a erosão
  • Combate indireto às pragas (como diatraea e elasmo) que se hospedam em plantas daninhas
  • Produção de alimentos e geração de empregos durante a entressafra
  • Aumento da produtividade da próxima safra de cana

A principal vantagem em não fazer a rotação de culturas é o tempo de espera para a próxima colheita. Após um curto período de descanso do solo é possível plantar cana-de-açúcar novamente e a colheita ocorrerá em 12 meses, mas sua baixa produtividade faz essa alternativa ser escolhida em apenas 20% dos casos.

Se a terra ficar mais tempo descansando ou o produtor optar pela rotação de culturas, o tempo para a próxima colheita sobe para 18 meses após o plantio, mas a produtividade também cresce: 113 toneladas por hectare de área colhida, contra 77 de quem não faz rotação de culturas. Um ganho de 146,75%.

Rotação de culturas de soja e milhoSoja e milho

As duas principais opções para rotação de cultura são soja e milho. A primeira pela fácil aceitação do mercado, pois se trata da lavoura temporária mais comum no Brasil, estando presente em 30,72 milhões de hectares, segundo o Censo do IBGE de 2017. O segundo ainda está ganhando a confiança do produtor de cana, mas tem como benefício o fato de que pode ser usada como ração para confinamento de gado, além de também ter mercado, perdendo apenas para a soja no ranking de lavouras temporárias, com mais de 17 milhões de hectares colhidos na soma do grão e do forrageiro.

Embrapa

Além da dupla soja e milho, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, também indica o amendoim e a Crotalaria juncea para a rotação de culturas, processo também chamado de adubação verde.

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Rotação de cultura de amendoimO amendoim tem como principais benefícios a baixa exigência de fertilidade do solo. Ele possui um sistema radicular bem desenvolvido e boa adaptação aos solos arenosos, o que faz o produto ter melhor qualidade e preço no mercado. Essa conhecida planta da família Fabaceae está concentrada principalmente em São Paulo, onde há 81.728 hectares de área colhida, quase 20x mais do que na Bahia, o segundo estado do ranking. Em todo Brasil, são 96.256 hectares em 59.207 estabelecimentos, para uma produção de 370.249 toneladas.

Já a Crotalaria juncea é uma planta tropical asiática originária da Índia. Ela faz parte da família das leguminosas e é conhecida como cânhamo marrom, cânhamo indiano, cânhamo Madras ou cânhamo sunn. Além das vantagens gerais, o principal benefício proporcionado por ela é a dispensa da adubação nitrogenada de plantio. Esse fator é importante porque o nitrogênio é um nutriente essencial para o desenvolvimento da cana e para uma considerável recuperação do solo.

Perguntas

Apesar das explicações acima, ainda há fatores que pesam no resultado final da colheita de cana-de-açúcar, independente dos benefícios gerados pela rotação de culturas.

Como é feito o plantio da cana?

O primeiro passo é eliminar a soqueira ou limpar o terreno em caso de nova área. Depois vem subsolagem, calagem, gradagem (também conhecida como aração), terraceamento, sulcação, distribuição de torta de filtro e adubo, distribuição de mudas, cobrimento de mudas, pulverização de herbicida e quebra de sulco.

O que mais pode afetar na produtividade da cana?

Diversos fatores influenciam na quantidade de toneladas colhidas ao final da safra, como as características da variedade plantada, a composição, quantidade de adubo aplicado, propriedades físico-químicas do solo, manejo de pragas e plantas invasoras, disponibilidade hídrica e técnicas de plantio, além dos tratos culturais e a colheita adotada.

Quais as principais pragas da cana-de-açúcar?

No Brasil, a maior luta é contra a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), o besouro migdolos (Migdolus fryanus), a cigarrinha (Mahanarva fimbriolata) e os nematoides. Lagartas desfolhadoras, formigas cortadeiras e cupins também atacam a cana, mas são pragas já controladas e que geram prejuízos baixos.

Quais as principais operações de trato da soqueira?

Enleiramento do palhiço (no caso de corte de cana crua), cultivo e adubação de vinhaça (soqueira), e aplicação de herbicidas. Mas a adubação depende das condições do solo e da produtividade do canavial para melhorar o teor da matéria orgânica dos solos.

Quais os benefícios da colheita mecanizada?

benefícios da rotação de culturaA colheita da safra de cana-de-açúcar com máquinas como a A8810 possui diversos benefícios. Os principais são a redução de custos, possibilidade da colheita da cana crua e eliminação da queima, que reduziu 44% entre 1990 e 2015, no Estado de São Paulo. Esses benefícios são frutos da tecnologia agrícola Austoft, que tem 75 anos, e do trabalho do australiano John Pearce, que faleceu em 2017 e foi um dos responsáveis pela implantação das primeiras máquinas no Brasil.

Como funcionava o sistema no feudalismo?

Na época do feudalismo, a agricultura tinha como finalidade a alimentação dos povoados, portanto não necessitava de uma produção tão grande quanto hoje, quando é preciso ter alimentos para 7,7 bilhões de seres humanos. Mesmo assim, a rotação de culturas era praticada naquela época, em busca de maiores benefícios da terra. Um lote era dividido em três partes iguais, sendo que duas recebiam culturas diferentes e a terceira ficava livre. Após um ano, a primeira parte descansava, a segunda mudava a cultura e a terceira passava a ser utilizada. Depois de mais um ano, a primeira parte voltava a ser utilizada, mas com uma cultura diferente, a segunda descansava e a terceira recebia outra cultura. Esse rodízio era mantido sucessivamente.

Resumo

A rotação de culturas, também conhecida como adubação verde, possui diversos benefícios para o mercado. O principal deles é a produtividade no próximo ciclo canavieiro, que dura até seis anos. Mas para obter o melhor resultado possível é preciso cultivar com boas técnicas e também obter o auxílio de equipamentos criados para proporcionar o alto desempenho do plantio à colheita.

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Caso você tenha alguma dúvida sobre como obter os melhores resultados com a rotação de culturas, fale com nossa equipe! Ela está à disposição para entender suas necessidades e dar dicas valiosas e pensadas especialmente para o seu caso.

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